

Portugal 1974/1975, a Revolução dos Cravos. As páginas que Maria me confiou em 1998 narram brevemente uma série de episódios da sua vida, desde o seu nascimento em 1925 até ao início dos anos 2000. Estranhamente, ela fala muito pouco sobre o período da Revolução dos Cravos, mas regressou a Portugal entre agosto de 1974 e novembro de 1975. E o que ela relata revela um momento extraordinário da sua vida. Os fragmentos de informação extraídos comprovam que ela foi lançada no turbilhão revolucionário ao lado de um amigo de infância, o líder político e herói antifascista Manuel Serra. Ela compartilhará intimamente suas aventuras políticas. Neste surpreendente interlúdio, Maria Portugal, cuja personagem oscila entre fatos reais e momentos imaginários, torna-se a heroína deste romance. Ela abordará o que foi na Europa o último movimento insurrecional, em que um povo tentou tomar as rédeas do seu destino e imaginar outra forma de sociedade. E se o caminho traçado pela Revolução dos Cravos fosse o que as nações europeias poderiam ter seguido? O povo português, acordando depois de meio século de ditadura, tentou nos mostrar outro caminho possível. "Eu Queria Matar Mário Soares" é uma ficção que revela aspectos inusitados do período pós-25 de abril de 1974. 2024 marcará seu cinquentenário.
O autor:
Régis Sénécal, ator e diretor, dirigiu um local de apresentações musicais aprovado nacionalmente perto de Rouen por vinte e quatro anos. Dramaturgo, ele também escreveu e coescreveu obras sobre história local. Ele recebeu muitos escritores nos Cafés Literários que ele programou. Durante a Perestroika, ele se interessou por música rock e pintura russa, em torno das quais criou vários eventos. O autor também trabalhou em vários intercâmbios em torno da Francofonia com Quebec e a África Ocidental. Ele é membro da Academia Charles Cros. Régis Sénécal tinha 21 anos quando fez sua primeira viagem a Portugal em julho de 1974, alguns meses depois do Putsch dos Capitães. Ele foi lá uma segunda vez em abril de 1975, depois uma terceira vez em julho do mesmo ano. Ele continua impressionado até hoje com esse processo revolucionário, que lhe parece tão importante quanto a Comuna de Paris. Em 2021, Régis Sénécal publicou seu primeiro romance: L'Antre du Serpent, na coleção Ici et d'Ailleurs publicada pela Douro.
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